quarta-feira, 7 de abril de 2010

O mundo pede cuidado



Uma vez era…

Uma rotina sob aparente controle. Agenda de trabalho, gerenciamento do tempo. Acorda, levanta, cronômetro conectado aos compromissos. Assim fica mais “fácil” viver. Tempo livre em casa, fazer o que? O que fazer? Ver os noticiários anunciando as desgraças e aumentando o sentimento de impotência? Sinto-me péssima.

Mediante o caos que está a cidade do Rio de Janeiro por conta das chuvas, a vida de todos nós transformou-se num caos. Perdemos o suposto direito de ir e vir. Alguns presos nos escombros e outros no trânsito. Abalo, medo e comoção é pouco para definir o sentimento da população. Involuntariamente estamos submersos em outra rotina, o encontro com o próprio self tornou-se inevitável. As desgraças naturais estão estampadas, a vida parece não valer muita coisa…

Impossível é parar de pensar no sentido da vida. Pensar na tragédia oriunda das intempéries, nas consequentes mortes, na própria vulnerabilidade da vida e, é claro, na condição de solidão que atravessa toda essa situação.

A vida é imprevisível e está sempre por um fio, por uma chuva, por um amor, por uma dor, por uma despedida às vezes sem chegada… e por todos os riscos que implica o processo de viver.

Quero meu controle remoto de volta!

Quero acreditar que posso planejar, prever, evitar, calcular e gerenciar.

Quero me sentir em equilíbrio de novo. Vida, natureza, devolva meu eixo.

Pouco tempo para nos recuperarmos, destruímos tudo, não preservamos, não nos ocupamos de cuidar da nossa casa, da nossa terra, do nosso lar.

A inclemência do tempo é a falta de suavidade, de sensibilidade de todos nós. A perturbação atmosférica é também a confusão mental de todos nós. Chuva devastadora, terremoto avassalador, o tempo está mexido com a nossa falta de tempo para cuidar. O tempo pede alma! O mundo precisa de calma, de cuidado, de todos nós.

A Onu calcula que no Haiti houve mais de 230 mil mortos. Aqui no Rio a chuva já provocou mais de 100 vítimas fatais.

Taí, esse é o mundo que construímos. Essa chuva tem a nossa participação, a nossa irresponsabilidade, a nossa falta de cuidado. Isso tudo é reflexo das nossas atitudes e/ou das nossa omissões. E agora?

Um comentário:

  1. Para quem se dispõe a romper com os paradigmas, nada mau. Vencer, ousar, viver é o lema, porém, sua identidade se perderá neste emaranhado híbrido: Tudo é certo, tudo é permitido. Se assim eu pensar, terei que admitir, como opção, para minha felicidade, o incesto, a união sexual de humanos com animais e até mesmo com crianças. Ops! Exagerei? A continuar neste raciocínio, não se deve falar em exagero, mas "sair do armário", ser feliz, opção sexual.

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