domingo, 21 de fevereiro de 2010

Quase nada é o que parece ser

De um modo geral, Newton assumiu que os princípios matemáticos, de alguma forma retratam a realidade experimental, ou seja, descrevem a natureza das situações como ela nos aparenta ser. Fundamental então considerar a densidade, a resistência dos corpos (e é claro da mente quando nos referimos a pessoas), os espaços vazios e o movimento da luz e do som.

Tal como a velocidade do som varia em dias calmos e em dias de vento, assim também a nossa percepção dos fatos sofre variações. Tudo acaba dependendo da interpretação dos olhos do observador e do lugar que ele se encontra. É o tal do relativismo da física.

Bem, isso posto, UMA VEZ ERA...

Uma sexta feira com o ar naturalmente condicionado a um calor bizarro, bons amigos e música num bar muito bom, eu diria no Bar Du Bom, estiquei ao máximo a vontade de fazer xixi.

Na fila do banheiro com as pernas já inquietas e fazendo aquela dancinha bisonha involuntária (que fazemos quando estamos apertadas), finalmente chegou a minha vez da redenção. O “faz tudo” sorridente e simpático, sempre com um tratamento VIP – sim me sinto sempre very important people com o tratamento dispensado por ele e por todos os colaboradores do bar, inclusive os donos – sorriu e pediu que eu esperasse. Adentrou o banheiro e fechou a porta, antes que eu pudesse pedir peloamordedeus para entrar naquele quadradinho e encontrar o momento da salvação.

Pensei: Meu Deus, eu preciso entrar nesse banheiro agora! Por que ele fez isso justamente na minha vez? Por que agora? Por que comigo? Eu fui injustiçada! O que foi que eu fiz pra merecer isso?

Do lado de fora, imaginava injúrias e xingamentos silenciosos, que é claro, não concretizei, afinal sou um ser sociável e sem nenhuma psicopatologia (aparentemente) rsrs.

Após alguns minutos (pra mim um século de tempo) ele abre a porta, sorri e diz:
“Pronto, para uma cliente tão querida, um banheiro a altura, assento limpinho e sequinho, lixeira vazia, tudo ok, agora é aproveitar!”

Quanta vergonha dos meus horríveis pensamentos! Que a minha alma seja perdoada, mas a densidade da minha bexiga influenciou fortemente a minha percepção dos fatos.

E assim, essa experiência me ensinou muito sobre o relativismo das coisas. Quantas vezes não julgamos equivocadamente “the world, the people, the life”, a partir do momento e do lugar que estamos vivendo?

Pensemos! Que a filosofia sempre nos ajude! Ela está dentro de nós e nos permite refletir e rever as nossas perspectivas até na hora do xixi.

Sugestão de bar:

Bar Du Bom – Rua Grajaú, 247

Confira a resenha da VEJA Rio
“Enquanto muitos bares se gabam de servir croquetes iguais aos da Casa do Alemão, o lugar fabrica os próprios salgadinhos. A receita faz sucesso e, nas terças, quando se comem dois pelo preço de um, é difícil conseguir lugar para sentar na agradável esquina do Grajaú. Carne não é o único recheio. Existem quase vinte variações, entre as quais as misturas de salmão e cream cheese e filé-mignon e gorgonzola, além do imbatível cordeiro servido com geleia de hortelã. Outro caminho para beliscar é o dos grelhados. Prove a paleta de cordeiro aperitivo, boa companhia para uma das 25 cervejas importadas. Também tem chope da Brahma bem tirado e a preço em conta.”

4 comentários:

  1. Quem passou o carnval pelos blocos do Rio compartilham a sua dor, e pior sem tratamento VIP. Que tenhamos óculos Polyanicos e força para encarar os fatos de forma positiva! Bjs

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  2. Isso amiga, isso! Lembra do jogo do Jogo do Contente? Aquele que você adora. É por aí, é por aí... e muito mais.

    Bom ver você por aqui! Me visita sempre! Bjs.

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  3. Amiga, faz que nem eu...começa a contar até 100, 200, conta de trás pra frente e só entre no banheiro dos homens se não houver mais nenhuma opção! [ ou acompanhada por um, rs]

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  4. mto bom esta percepção dos fatos mesmo em momento tão simples. parabéns pelo texto. eu curti.

    bjs!

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