De um modo geral, Newton assumiu que os princípios matemáticos, de alguma forma retratam a realidade experimental, ou seja, descrevem a natureza das situações como ela nos aparenta ser. Fundamental então considerar a densidade, a resistência dos corpos (e é claro da mente quando nos referimos a pessoas), os espaços vazios e o movimento da luz e do som.
Tal como a velocidade do som varia em dias calmos e em dias de vento, assim também a nossa percepção dos fatos sofre variações. Tudo acaba dependendo da interpretação dos olhos do observador e do lugar que ele se encontra. É o tal do relativismo da física.
Bem, isso posto, UMA VEZ ERA...
Uma sexta feira com o ar naturalmente condicionado a um calor bizarro, bons amigos e música num bar muito bom, eu diria no Bar Du Bom, estiquei ao máximo a vontade de fazer xixi.
Na fila do banheiro com as pernas já inquietas e fazendo aquela dancinha bisonha involuntária (que fazemos quando estamos apertadas), finalmente chegou a minha vez da redenção. O “faz tudo” sorridente e simpático, sempre com um tratamento VIP – sim me sinto sempre very important people com o tratamento dispensado por ele e por todos os colaboradores do bar, inclusive os donos – sorriu e pediu que eu esperasse. Adentrou o banheiro e fechou a porta, antes que eu pudesse pedir peloamordedeus para entrar naquele quadradinho e encontrar o momento da salvação.
Pensei: Meu Deus, eu preciso entrar nesse banheiro agora! Por que ele fez isso justamente na minha vez? Por que agora? Por que comigo? Eu fui injustiçada! O que foi que eu fiz pra merecer isso?
Do lado de fora, imaginava injúrias e xingamentos silenciosos, que é claro, não concretizei, afinal sou um ser sociável e sem nenhuma psicopatologia (aparentemente) rsrs.
Após alguns minutos (pra mim um século de tempo) ele abre a porta, sorri e diz:
“Pronto, para uma cliente tão querida, um banheiro a altura, assento limpinho e sequinho, lixeira vazia, tudo ok, agora é aproveitar!”
Quanta vergonha dos meus horríveis pensamentos! Que a minha alma seja perdoada, mas a densidade da minha bexiga influenciou fortemente a minha percepção dos fatos.
E assim, essa experiência me ensinou muito sobre o relativismo das coisas. Quantas vezes não julgamos equivocadamente “the world, the people, the life”, a partir do momento e do lugar que estamos vivendo?
Pensemos! Que a filosofia sempre nos ajude! Ela está dentro de nós e nos permite refletir e rever as nossas perspectivas até na hora do xixi.
Sugestão de bar:
Bar Du Bom – Rua Grajaú, 247
Confira a resenha da VEJA Rio
“Enquanto muitos bares se gabam de servir croquetes iguais aos da Casa do Alemão, o lugar fabrica os próprios salgadinhos. A receita faz sucesso e, nas terças, quando se comem dois pelo preço de um, é difícil conseguir lugar para sentar na agradável esquina do Grajaú. Carne não é o único recheio. Existem quase vinte variações, entre as quais as misturas de salmão e cream cheese e filé-mignon e gorgonzola, além do imbatível cordeiro servido com geleia de hortelã. Outro caminho para beliscar é o dos grelhados. Prove a paleta de cordeiro aperitivo, boa companhia para uma das 25 cervejas importadas. Também tem chope da Brahma bem tirado e a preço em conta.”
Acidentes
Há 7 anos
Quem passou o carnval pelos blocos do Rio compartilham a sua dor, e pior sem tratamento VIP. Que tenhamos óculos Polyanicos e força para encarar os fatos de forma positiva! Bjs
ResponderExcluirIsso amiga, isso! Lembra do jogo do Jogo do Contente? Aquele que você adora. É por aí, é por aí... e muito mais.
ResponderExcluirBom ver você por aqui! Me visita sempre! Bjs.
Amiga, faz que nem eu...começa a contar até 100, 200, conta de trás pra frente e só entre no banheiro dos homens se não houver mais nenhuma opção! [ ou acompanhada por um, rs]
ResponderExcluirmto bom esta percepção dos fatos mesmo em momento tão simples. parabéns pelo texto. eu curti.
ResponderExcluirbjs!