quinta-feira, 15 de maio de 2014

Apartamento com varanda




O amor surge dos avessos.

Avesso à morte, ao egoísmo, à solidão.

Ele morre sim mas para renascer mais pleno e forte, quantas vezes forem necessárias.

O amor quer solicitude, doçura, sorte, altruísmo, oração, coração.

Ele é avesso à negatividade e à impossibilidade da tentativa de sua recusa ou inexistência.

O amor urge dos avessos. Às vezes se manifesta às avessas, próximo à loucura, sem leis, sem limite.

Ele é avesso à ordem, à disciplina, ele é travesso.

O amor se move pelo avesso.

Ele é avesso às definições, porões, ele é livre e imprime-se soberano, sem plano, sem panos.

Ele é desrazão, pura emoção.

O amor faz casa nos avessos.

Ele aparece nos versos, transversos, belos, inteiros, insuficientes, com beijos, abraços, olhares, amassos.

O amor apenas surge, urge, ele não precisa de afirmação, interrogação, ele é e está lá. Ele fica, é pra sempre.

O amor nos vira do avesso.

"O amor é a poesia dos sentidos", disse Balzac. E não é que sentimos todos os nossos sentidos como se fossem poesias?

O amor precisa de futuro, gosta de contar histórias do passado e a vida agradece esse presente! 

O amor acontece nesse meio tempo entre um pedido de casamento, um amor de adolescência, risos e olhares, um tempo distante e um para sempre eterno, num apartamento com varanda.

2 comentários:

  1. Lindo amiga ! Amei .... o amor precisa de futuro

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  2. E não é amiga? Amor precisa de futuro ué... É difícil ligar-se afetivamente a alguém que demonstra que pode ou não quer estar ali na semana seguinte, acho. Amei a sua visita aqui amiga. Precisamos nos ver! Beijosssss.

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