quarta-feira, 13 de julho de 2011

Não há como voltar a ser como antes

Fui tua, foste meu, que mais queremos?

Ainda somos talvez por ontem ou daqui a dois segundos, algo que não sabemos: o que desejamos um no outro, o que queremos um do outro, as linhas de fuga de duas vidas que seguem lado a lado dispostamente atraídas. Pra que, por que, pra onde, como?

Uma mulher e tampouco um homem, não navega nunca no mesmo mar novamente, muitos peixes, seres viventes e banhistas mergulharam nessas águas, modificando os mares e os mergulhadores. Pitágoras já dizia: "um homem não pula duas vezes no mesmo rio". Nenhum dos dois é mais o mesmo depois da aventura do mergulho. As águas do rio passam e o homem se transforma. Então, pra que insistirmos em sermos como éramos antes? Não seremos!

Devemos aprender a gostar de ser como agora, depois de tantas experiências, mergulhos e aventuras. Esse é o aprendizado estruturante da vida, com todas as suas delícias e frustrações.

Pessoas me procuram em meu consultório me pedindo implicitamente em suas queixas: "eu quero ser como antes" e elegem determinada época e situação de sua vida, interpretada agora como feliz.

Eu sempre frustro as pessoas com as quais trabalho e convivo, a fim de ajudá-las nessa reedição. Eu digo um "não" estruturante: "situe-se, essa missão é simplesmente impossível no tempo e no espaço."

Não sejamos idiotas e não vamos agir como dois. Se você por acaso conseguisse ser como antes, o resultado trilhado por este caminho seria exatamente o mesmo, como agora, um ser frustrado a minha frente pedindo pra retroceder no tempo e no espaço. 

Então eu convido : "Quer aprender a usufruir do "ser" como agora?" "Quer tornar-se 'vir- a-ser' depois de antes e de agora, algo novo?"

Construo o meu caminho junto com aqueles que o cruzam, mais ou menos assim: 

Para ALÉM do cogito, o impensado
                       das experiências, o transcendental
                       do planejado, o inusitado!

Eu quero! Vem comigo inusitado, aqui tem espaço pra você! A nossa memória pode ser uma  interessante ilha de edição ao invés de ressuscitarmos um cemitério inteiro de tudo que não nos serve mais, contaminando todas as nossas novas experiências. 

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